18 de novembro de 2007

Por onde caminhar depois de Aracaju

Um dos bons resultados possíveis de um evento é o ‘eco’ que as discussões encontram na trajetória de seus participantes. Dito de outra maneira, no quanto as preocupações trabalhadas correm junto com as dos pesquisadores e continuam se tocando e gerando novos debates no pós-evento.

Pode-se fazer esse comentário em relação ao 5º encontro da SBPJor, realizado de 15 a 17 deste mês em Aracaju, na Universidade Federal de Sergipe. O ‘eco’ justifica-se muito pela pertinência do tema escolhido para as conferências e palestras. O que congrega os que todos os anos reúnem-se nesse evento é o trabalho por/em um campo de conhecimento que vai se consolidando por uma produção muito relevante e pela qualidade dos encontros científicos que tem realizado. E, mais do que isso, revela um grupo de pesquisadores abertos aos movimentos de objeção, construção e reorganização dos caminhos de ensino e pesquisa em Jornalismo. Cultivar o olhar crítico é fundamental.

O tema “Metodologias da Pesquisa” na SBPJor mostrou que, justaposto ao avanço das pesquisas em Jornalismo, corre a necessidade permanente de tensionar nossas próprias metodologias, enquanto maneiras de olhar os objetos a partir de construções geradas no interior do próprio campo. E isto de modo algum desqualifica o diálogo habitual com outros campos, movimento que sempre permeou a pesquisa em Comunicação e, por conseguinte, em Jornalismo. Mostra, todavia, a maturidade de uma área que pode propor caminhos que considerem as suas especificidades.

Voltando ao ‘eco’, as falas dos palestrantes do evento, entre eles Maxwell McCombs, Alfredo Vizeu, Elias Machado, Antônio Holfeldt, Miguel Alsina, Carlos Franciscato e Alzira Abreu, dialogaram, de variados modos, com as preocupações de cada participante presente. Nos debates das conferências, nas conversas de corredor, era visivelmente perceptível a confluência de pensamentos sobre a valoração necessária da vigilância epistemológica e da aposta de que, em nossos trabalhos, se possa problematizar mais as metodologias adotadas e os caminhos teóricos escolhidos, construindo, em cada artigo, dissertação ou tese, em cada passo dado, o caminho que desejamos. Que caminho é esse? Justamente o ponto que nos congrega, a produção de qualidade e cientificamente relevante e propositiva, dada a importância inegável do Jornalismo nos processos sociais contemporâneos.

Na trajetória de cada pesquisador, e na soma das trajetórias, certamente perceberemos resultados concretos nos próximos eventos. Uma das tarefas que fica é justamente a de assumir a responsabilidade da construção de conhecimento no todo dos trabalhos produzidos – seu embasamento conceitual, seus dispositivos metodológicos e suas visadas sobre os objetos e o próprio campo.
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Saiba mais sobre o evento no site do 5o. Encontro da SBPJor.
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(Reges Schwaab)

Um comentário:

Unknown disse...

Reges, é verdade, tb me senti assim, com tarefas a cumprir. A minha sensação é de que aquilo que eu sabia, ficou exposto. Daí, me assustei. Mas, em seguida, me senti mais desafiada ainda.
Isso tudo significa, pra mim, que a cada dia a área de jornalismo fica mais madura.
Assim, desejo energias produtivas para vc e para o Nupejor.

Abraços.