30 de novembro de 2007

Sfez e a tecnologia


Lucien Sfez ministrou palestra no PPGCOM da UFRGS no dia 28. O sociólogo francês, que visita o Brasil como convidado do PPGCOM da PUC-RS, é conhecido pelos trabalhos na área de Sociologia da Comunicação. Entre os livros já publicados no Brasil, estão “Crítica da Comunicação” (Loyola), “A Comunicação” (Martins) e “A saúde perfeita” (Loyola).

Em sua fala na UFRGS, Sfez buscou polemizar a relação técnica versus tecnologia. Segundo ele, a tecnologia é uma narrativa, até mesmo uma ficção. Para ilustrar o desenvolvimento de sua idéia, o sociólogo salientou os resultados de uma pesquisa realizada com funcionários da FranceTelecom, empresa de telecomunicações francesa. Nas entrevistas, os funcionários relataram as representações que percebem entre a sociedade e a técnica (tecnologias, em um sentido amplo): de segurança à convivência familiar e o amor, as declarações dos técnicos promovem a visão de uma sociedade unida apenas pela tecnologia; onde as crianças se destacam – porque dominam cada vez melhor as ferramentas técnicas e podem ajudar a desenvolvê-las; onde os excluídos têm o dever de buscar sua inserção no universo tecnológico; onde as artes e o esporte são virtuais; onde a crítica social é cada vez mais reduzida – as discussões sociais são centradas na máquina e seu fraco desempenho.

É a partir desse exemplificativo universo discursivo, o dos técnicos da FranceTelecom, que Sfez desenvolve a estruturação de sua idéia. Em um primeiro momento, o sociólogo propõe uma diferenciação entre a técnica e a tecnologia. Neste sentido, os domínios da técnica são aqueles dos próprios objetos técnicos – identificáveis, descritíveis – como computadores, aparelhos celulares, automóveis. Já os domínios da tecnologia são vinculados, antes sim, ao domínio do discurso. A tecnologia é entendida aqui como o discurso sobre a técnica – que tanto descreve como suporta e vulgariza os objetos, fazendo parte da base de sua invenção.

Uma segunda categorização pretendida pelo pesquisador diz respeito à diferenciação entre Ideologia e Utopia. Para ele, o discurso ideológico é aquele que tem pretensão científica, aplicando à vida social os resultados de pesquisas. Como exemplo, Sfez salienta sua obra “A Saúde Perfeita”, na qual estuda os discursos retóricos acerca do genoma. Ele discute a relação entre o pesquisador e seus resultados, insistindo que, não raras vezes, suas interpretações não levam em conta as demais organizações que compartilham destas esferas, como a própria sociedade ou a história – são os resultados que levam os pesquisadores à “filosofar”. No discurso sobre as tecnologias da comunicação acontece o mesmo, diz Sfez.

Em contrapartida, há a formulação do discurso utópico. Para a organização deste pensamento, o sociólogo francês propõe analisarmos os discursos tecnológicos a partir de uma série de marcadores literários – visto que seriam estas as marcas perceptíveis do discurso utópico sobre a tecnologia:

  • ISOLAMENTO: a idéia da ilha, o separado do resto do mundo. Como exemplo, cita o caso de Brasília, uma cidade utópica: os distantes bairros da cidade seriam pequenas ilhas que estão em uma ilha maior, chamada Brasília.
  • PLENO DOMÍNIO DO NARRADOR SOBRE A NARRATIVA: este segundo marcador se caracteriza, em um exemplo prático, na ilha utópica de Thomas Moore, impossível de ser graficamente representada em razão de seus contrastes em cada momento da narrativa. Segundo Sfez, esse elemento de domínio narrativo, permitido no ficcional, também ocorre em outros discursos acerca da tecnologia.
  • HIGIENE, TRANSPARÊNCIA, LEGIBILIDADE: neste caso, as cidades são construídas em ângulos retos, cada coisa tem seu lugar, as praças são postas em determinados pontos. Como exemplo, ele cita os jesuítas, que, ao destruírem as ocas circulares dos índios, os compartimentaram em cidades com ângulos retos, uma referência à matematização da ciência gerada a partir deste discurso tecnológico.
  • PREDOMINÂNCIA DA TÉCNICA: a técnica é vista, enfim, como aquela que resolve todos os problemas.
  • RETORNO ÀS ORIGENS: mesmo que essa origem seja fictícia. Neste ponto, Sfez retoma o exemplo dos jesuítas, que, segundo ele, eram utópicos, e a catequização como uma esfera de encontro dos índios com uma origem primeira, a cristã.

Esses marcadores são presença constante nas ideologias biotecnológicas e também em algumas análises da própria comunicação, formando um universo discursivo utópico acerca da técnica – o discurso tecnológico. Para Lucien Sfez, desta forma, os usos escondem as coisas e a técnica não é apenas o que pensamos que é, mas é também um discurso, uma narrativa e, às vezes, mesmo uma ficção.

(Laura Storch)

Censo sobre rádios: comunitárias e educativas de fora

O coletiva.net informa sobre uma espécie de censo da radiodifusão no Brasil que será feito pela ABERT (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão) em conjunto com a FGV (Fundação Getúlio Vargas). Como diz o Coletiva.net, o objetivo é "ter subsídios para discutir com o governo e com o Congresso, mostrando o exato tamanho do mercado de radiodifusão e a realidade das emissoras comerciais de rádio e TV em todos os tipos de municípios e regiões".

O mérito da iniciativa, que já deve apresentar os primeiros resultados em abril, é a reunião de uma série de dados hoje dispersos e aos quais sequer o governo tem acesso. Partindo da ABERT, não há surpresa alguma no fato de as emissoras de perfil educativo e comunitário não serem incluídas no mapeamento. Porém, é de se questionar: além deste governo, quem mais poderia abraçar a causa e propor um levantamento que integrasse também estas emissoras? Para ser qualificado como censo, as rádios comunitárias e educativas não poderiam ser negligenciadas no levantamento dos dados.
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(Janaíne dos Santos)

28 de novembro de 2007

USP lança revista MATRIZes



O Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação da USP apresenta neste dia 29 sua nova revista científica. MATRIZes traz no primeiro número um dossiê com textos de Muniz Sodré, Jesús Martín-Barbero, Bernard Miège, Ciro Marcondes, Lucia Santaella e Giovanni Bechelloni. Os novos livros de Vilém Flusser, Boaventura Souza Santos e François Dosse estão resenhados na edição que registra, ainda, a produção científica dos alunos do Programa da USP no primeiro semestre de 2007.
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MATRIZes foi projetada em dois formatos. Na versão impressa, serão contemplados os artigos em língua portuguesa. Na versão online, bilíngüe, os textos em português também serão publicados em língua inglesa, sendo que artigos de autores estrangeiros virão na língua original. A versão online poderá ser acessada aqui a partir de dezembro.
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A revista é coordenada por Maria Immacolata Vassalo de Lopes e editada por Irene Machado e Rosana de Lima Soares. Informações complementares pelo e-mail: matrizes@usp.br
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(Reges Schwaab)

Blogs, Jornalismo e colaboração

O Departamento de Jornalismo da Universidade de Nova Yorque decidiu criar um espaço de teste para novas rotinas de produção de notícias. Batizado de BeatBlogging, o projeto iniciou em 15 de novembro e reúne 13 colaboradores. Em resumo, cada um deles atua em um blog, com redes de contatos. São os integrantes dessa rede que assumem conjuntamente a responsabilidade pela produção das notícias publicadas na seção ou coluna assinada pelo profissional.

A experiência foi citada pelo blog Remix Narrativo e também foi assunto no Observatório da Imprensa, no texto reproduzido abaixo:

Projeto Beatblogging testa novo modelo de cobertura jornalística
Postado por Carlos Castilho em 20/11/2007 às 12:41:22 AM

O Departamento de Jornalismo da Universidade de Nova York (NYU) começou a testar no dia 15 de novembro um novo sistema de reportagem setorizada que pode alterar os conceitos tradicionais sobre produção de notícias jornalísticas.
O projeto chamado
BeatBlogging (literalmente: blogando setorizadamente) é uma idéia do irrequieto professor Jay Rosen, o diretor da Escola de Jornalismo que está tentando mudar as rotinas da reportagem na imprensa norte-americana a partir da idéia de que o repórter não é mais o dono da notícia.
Rosen reuniu um grupo de 13 repórteres especializados, que aqui no Brasil são chamados de setoristas, e deu a cada um deles a missão de usar um blog para criar redes de contatos, cujos integrantes serão os responsáveis pela produção das noticias publicadas na seção ou coluna assinada pelo profissional.
Na verdade trata-se de uma webificação do velho caderninho de telefones de contatos que até hoje ainda é a grande arma da maioria dos repórteres de polícia e de política. Só que em vez do caderno ser exclusivo de um único profissional, o participantes do BeatBLogging vão socializar seus contatos não só entre seus colegas e concorrentes como entre as próprias fontes de informação.
O projeto faz parte do programa
NewsAssignment lançado por Jay Rosen, em meados de 2006 e cujo objetivo é questionar as rotinas das redações convencionais ao testar formas híbridas de produção jornalística, usando parcerias entre o público e profissionais da imprensa.
O primeiro grande projeto do programa foi o
Assignment Zero, uma reportagem sobre o chamado jornalismo cidadão, produzida coletivamente por quase 100 pessoas entre profissionais e amadores. O projeto foi descrito como um “fracasso altamente satisfatório” por Rosen e pelos editores da revista Wired, que bancou parte do custo do projeto e publicou o texto final.
O mesmo principio foi aplicado no projeto
Off the Bus no qual cerca de mil pessoas estão acompanhando a campanha para as eleições presidenciais de 2008, numa cobertura que foge aos padrões tradicionais da imprensa norte-americana e que está sendo patrocinada pelo badaladíssimo e altamente lucrativo site político The Huffington Post.
As redes de televisão ESPN e MTV, os jornais SeattleTimes, Dallas News e Houston Chronicle, junto com as revistas Wired e Education Week, bem como o site Cincinnati.Com e o blog Pharmalot, entre outros, escolheram repórteres especializados em algum tipo de área e cuja atividade passou a ser orientada pelo Departamento de Jornalismo da NYU e pela incubadora de projetos online
IdeaLab.
Os 13 repórteres são profissionais experientes, quase todos neófitos em matéria de parceria com o público e que a partir de agora vão usar um blog pessoal para interagir com suas fontes de informação, que além de darem notícias, vão também participar da edição das matérias.
O que o projeto do professor Rosen pretende testar, na verdade, é a transformação dos jornalistas de guardiães da notícia em uma espécie de conselheiro ou tutor público em matéria de notícias de interesse público.
Tanto quanto o Assignment Zero, o Beatblogging é um projeto que corre um alto risco de insucesso por sua ousadia. É um terreno totalmente desconhecido e onde as resistências à mudança ainda são fortes.
Mas a NYU acha que este é o papel da universidade na era da informação. Só uma instituição deste tipo teria as condições para testar idéias tão inovadoras como o princípio de sabedoria das multidões (muitas cabeças pensando juntas podem produzir grandes soluções) e a da colaboração entre profissionais e amadores na comunicação.

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(Reges Schwaab)

21 de novembro de 2007

ECO-PÓS

Está aberta a chamada de trabalhos para a revista eletrônica ECO-PÓS, do PPGCOM da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Até 31 de janeiro, você pode mandar artigos e resenhas para o primeiro número de 2008, que terá também um dossiê sobre as relações entre Estado e comunicação. As normas estão no site da revista.

(Marcia Benetti)

18 de novembro de 2007

Por onde caminhar depois de Aracaju

Um dos bons resultados possíveis de um evento é o ‘eco’ que as discussões encontram na trajetória de seus participantes. Dito de outra maneira, no quanto as preocupações trabalhadas correm junto com as dos pesquisadores e continuam se tocando e gerando novos debates no pós-evento.

Pode-se fazer esse comentário em relação ao 5º encontro da SBPJor, realizado de 15 a 17 deste mês em Aracaju, na Universidade Federal de Sergipe. O ‘eco’ justifica-se muito pela pertinência do tema escolhido para as conferências e palestras. O que congrega os que todos os anos reúnem-se nesse evento é o trabalho por/em um campo de conhecimento que vai se consolidando por uma produção muito relevante e pela qualidade dos encontros científicos que tem realizado. E, mais do que isso, revela um grupo de pesquisadores abertos aos movimentos de objeção, construção e reorganização dos caminhos de ensino e pesquisa em Jornalismo. Cultivar o olhar crítico é fundamental.

O tema “Metodologias da Pesquisa” na SBPJor mostrou que, justaposto ao avanço das pesquisas em Jornalismo, corre a necessidade permanente de tensionar nossas próprias metodologias, enquanto maneiras de olhar os objetos a partir de construções geradas no interior do próprio campo. E isto de modo algum desqualifica o diálogo habitual com outros campos, movimento que sempre permeou a pesquisa em Comunicação e, por conseguinte, em Jornalismo. Mostra, todavia, a maturidade de uma área que pode propor caminhos que considerem as suas especificidades.

Voltando ao ‘eco’, as falas dos palestrantes do evento, entre eles Maxwell McCombs, Alfredo Vizeu, Elias Machado, Antônio Holfeldt, Miguel Alsina, Carlos Franciscato e Alzira Abreu, dialogaram, de variados modos, com as preocupações de cada participante presente. Nos debates das conferências, nas conversas de corredor, era visivelmente perceptível a confluência de pensamentos sobre a valoração necessária da vigilância epistemológica e da aposta de que, em nossos trabalhos, se possa problematizar mais as metodologias adotadas e os caminhos teóricos escolhidos, construindo, em cada artigo, dissertação ou tese, em cada passo dado, o caminho que desejamos. Que caminho é esse? Justamente o ponto que nos congrega, a produção de qualidade e cientificamente relevante e propositiva, dada a importância inegável do Jornalismo nos processos sociais contemporâneos.

Na trajetória de cada pesquisador, e na soma das trajetórias, certamente perceberemos resultados concretos nos próximos eventos. Uma das tarefas que fica é justamente a de assumir a responsabilidade da construção de conhecimento no todo dos trabalhos produzidos – seu embasamento conceitual, seus dispositivos metodológicos e suas visadas sobre os objetos e o próprio campo.
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Saiba mais sobre o evento no site do 5o. Encontro da SBPJor.
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(Reges Schwaab)

16 de novembro de 2007

McCombs: para novas notícias


Propor uma plataforma teórica para estudar o jornalismo na era da internet foi o mote da palestra de Maxwell McCombs (Universidade do Texas) na abertura do 5º Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo. Segundo ele, os principais componentes do cenário comunicacional atual são as audiências criativas e a ampliação dos nichos de informação, pontos cruciais para pensar nosso campo. Falando em um "aprofundamento” do Jornalismo num contexto que exige a criação de novos modos de noticiar, McCombs buscou refletir sobre a pesquisa e o fazer jornalístico por meio dos conceitos da Cauda Longa (The Long Tail) e dos Atributos da Agenda (relendo seus postulados sobre agendamento).
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No primeiro caso, o pesquisador refere-se a um eixo horizontal de produção, demonstrando que os tradicionais locais de ‘venda’ (falando de informação) passaram a dividir espaço com uma infinidade de grupos, coletivos, na multiplicação de nichos e audiências diversas. Um exemplo são os interesses na informação local e cotidiana que, com a multiplicação do acesso à tecnologia da informação, estabeleceram possibilidades outras de produção de conteúdo. McCombs defende que nesse cenário é preciso aplicar um processo de edição, atribuindo esta função ao campo do Jornalismo. Sua reflexão foi metafórica, apropriada a um evento em Aracaju, pois, citando o funcionamento de um mangue (ecossistema muito característico em várias regiões do Nordeste brasileiro), comparou as pequenas interações sociais e cotidianas - que delimitam quais são os interesses de um determinado grupo – à riqueza da vida existente no mangue. O movimento que o oceano faz, chegando até esse mangue e ‘recolhendo’ vida é, para o pesquisador, o diálogo que o Jornalismo deve fazer no atual contexto (“pegar vida”).
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McCombs (centro) na abertura da SBPJor

Unindo a ótica da Cauda Longa ao segundo conceito proposto por ele, chegar-se-ia aos temas públicos, tomados enquanto objetos sobre os quais as pessoas se debruçam. É o palpável da agenda. A observação vai compor o desenho dos principais motivos que impelem os nichos a buscarem informação: interesse próprio, ligações com seus grupos de ação e interesse, razões emocionais, sociabilidade e questões cívicas, entre outros.
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Ao final da sua fala, Maxwell McCombs defendeu que o futuro das notícias depende das abordagens que as pesquisas vão apontar sobre esses interesses, observando as agendas de atributos no cenário alongado de nichos e diversidades. É o conteúdo é que irá determinar a consolidação dos meios. Para ele, é esta categoria de pesquisa que vai fundar o novo, moldar o próprio fazer jornalístico num cenário diferente, ainda carente de reflexões.

Saiba mais sobre o evento no site do 5o. Encontro da SBPJor.
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(Reges Schwaab)

14 de novembro de 2007

V SBPJor

Começa amanhã e vai até o dia 17, na Universidade Federal de Sergipe, em Aracaju, o V Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo. É o maior congresso brasileiro específico da área, organizado pela SBPJor (Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo).

Alguns dados são interessantes. Em 2007, 87% dos trabalhos enviados têm autoria individual e 13% são escritos em co-autoria. Quando à titulação, 73,6% dos autores são doutores e mestres. Os Estados que mais enviaram trabalhos neste ano foram, na ordem: Rio Grande do Sul, São Paulo, Bahia, Pernambuco e Rio de Janeiro.

A V SBPJor traz dois nomes internacionais referenciais para a área: Maxwell McCombs, da Universidade do Texas (Austin), faz a conferência de abertura, e Miguel Alsina, da Universidade Pompeu Fabra (Barcelona), participa de mesa no dia 17. Alfredo Vizeu (UFPE), Alzira Alves Abreu (FGV), Antonio Hohlfeldt (PUCRS), Carlos Franciscato (UFS) e o presidente da SBPJor, Elias Machado (UFSC), também estão em mesas temáticas sobre metodologias de pesquisa. Confira a programação aqui.

Neste ano, a SBPJor recebeu 166 trabalhos e aprovou 114 (68%) para seu congresso, em comunicações individuais e coordenadas. Veja aqui a relação dos trabalhos que serão apresentados. O sistema de avaliação é o que congrega maior número de pareceristas entre as associações científicas. Em 2007, participaram da revisão 68 doutores associados à entidade.

A programação é intensa, destacando-se dois eventos: a entrega do Prêmio Adelmo Genro Filho e a eleição da nova diretoria da associação para o próximo biênio. Recebem o Prêmio os pesquisadores Christa Berger (Unisinos) na categoria Sênior, José Afonso da Silva Júnior (UFBA) na categoria doutorado, Carina Benedeti (UnB) na categoria mestrado e Elaine Manini (UFSC) na categoria iniciação científica. Carlos Franciscato deve ser eleito o próximo presidente da SBPJor.

(Marcia Benetti)

13 de novembro de 2007

Concurso para professores UFT

A Universidade Federal do Tocantins fará concurso para professores na área de comunicação. O edital prevê cinco vagas, divididas entre Relações Públicas e Jornalismo (jornalismo on-line, impresso, áudio e vídeo).
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Informações complementares no site da UFT.
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(Reges Schwaab)

Webjornalistas - perfil

Para os jornalistas de web, dica interessante é a pesquisa virtual que está sendo feita através de acesso a este link na página do sindicato dos jornalistas do RS. São apenas 19 perguntinhas para identificar o perfil daqueles profissionais que se dedicam à arte de atualizar as informações dos sites noticiosos. Se você é um deles, clica lá!

(Janaíne dos Santos)

11 de novembro de 2007

Leitor da Folha

Reportagem da Folha de S. Paulo de hoje traz um perfil do leitor do jornal. O levantamento do Datafolha mostra um leitor bem informado: 68% têm curso superior; 90% pertencem às classes A e B; 92% assistem a telejornais; 69% lêem revistas e 57% buscam notícias na Internet.

Outra matéria informa sobre os dados de circulação, medida pelo IVC (Instituto Verificador de Circulação). A circulação média da Folha é de 307 mil exemplares, a maior do Brasil – 7,3% superior à de O Globo e 26,3% superior à de O Estado de S. Paulo. O dado mais interessante, porém, é a queda da circulação dos jornais impressos no país. A circulação média da Folha era de 530 mil exemplares em 1997 e 441 mil em 2000.

Os textos, disponíveis apenas para assinantes, estão abaixo:


Leitor da Folha está no topo da pirâmide social brasileira

Pesquisa do Datafolha feita neste ano mostra que público do jornal tem superior completo e pertence às classes A e B

Maior parcela está entre 23 e 49 anos, usa a internet, é de perfil liberal em relação a questões polêmicas e não tem simpatia por partidos


DA REPORTAGEM LOCAL

O leitor da Folha está no topo da pirâmide da população brasileira: 68% têm nível superior (no país, só 11% passaram pela universidade) e 90% pertencem às classes A e B (contra 18% dos brasileiros). A maioria é branca, católica, casada, tem filhos e um bicho de estimação.

A maior parcela dos leitores tem entre 23 e 49 anos, é usuária de internet, faz exercícios e freqüenta restaurantes, shoppings, cinema e livrarias.

Sobre questões consideradas polêmicas, os leitores se posicionam a favor do casamento gay, da legalização do aborto, da reforma agrária e contra a pena de morte. São, por outro lado, contrários à descriminalização da maconha e a favor da redução da maioridade penal.

Esses são alguns dos principais resultados do Perfil do Leitor 2007 da Folha, realizado pelo Datafolha de abril a junho em 45 cidades do país. Foram feitas 93 perguntas a 1.556 entrevistados entre assinantes, compradores em banca e secundários -aqueles que lêem exemplares de outra pessoa.

Profissões

A pesquisa identificou que 63% dos leitores estão no mercado de trabalho ou à procura de emprego (caso de 4%). Os 37% restantes são aposentados (17%), estudantes (10%) e donas-de-casa (8%), entre outros.

A profissão com a maior participação individual entre os leitores do jornal é a de professor: 12% lecionam. Na seqüência, vêm advogados (7%) e engenheiros (4%).

A comparação com o levantamento realizado em 1997 mostra um declínio na proporção de católicos: embora continuem sendo a maioria do leitorado, houve uma diminuição de dez pontos percentuais (de 65% para 55%) e um aumento dos que se declaram sem religião (de 10% para 18%).

Outras mudanças notadas neste ano aconteceram no campo político. Cresceu a desilusão com os partidos -a maioria, 57%, declara não ter simpatia por nenhum deles (em 2000, eram 45%)-, houve um aumento dos tucanos (são 18% dos leitores) e uma perda de 21 pontos percentuais dos petistas (caíram de 34% para 13%).

Mídia e internet

O leitor é superequipado -tem DVD, celular, computador e câmera digital- e faz uso intenso da internet: a maioria usa buscadores, compara preços, faz pesquisas de trabalho, usa MSN (programa para conversa na rede), faz download de programas e ouve músicas.

São consumidores vorazes de mídia: 92% assistem a telejornais, 69% lêem revistas, 58% ouvem notícias no rádio e 57% seguem noticiário on-line. O meio impresso, porém, é o preferido dos entrevistados: se tivessem que optar por um, 53% ficariam apenas com o jornal.

O leitor está satisfeito com a Folha: considera o jornal crítico com os governantes, pluralista, equilibrado e imparcial. Comparado com os noticiários on-line, o jornal se sai melhor nos quesitos "confiável", "confortável" e "com menos erros".
Os entrevistados julgam importante ler jornal para se manter no mercado de trabalho, para poder conversar com amigos e para ter prestígio.



Jornal se mantém há 21 anos como o de maior circulação no Brasil

São, em média, 307 mil exemplares diários, segundo dados do IVC de setembro

DA REDAÇÃO

A Folha continua sendo o jornal de maior circulação no Brasil, posto que mantém desde 1986. Segundo dados do IVC (Instituto Verificador de Circulação) relativos a setembro deste ano, a circulação da Folha é de 307 mil exemplares em média, 7,3% superior à de "O Globo" (286 mil) e 26,3% superior à do concorrente local, "O Estado de S.Paulo" (243 mil).

Nas edições anteriores do Perfil do Leitor (1997 e 2000), a circulação da Folha era de, respectivamente, cerca de 530 mil e 441 mil exemplares; nesse período, todos os principais diários brasileiros registraram queda na circulação. Porém, de acordo com o diretor de Circulação da Folha, Murilo Bussab, verificou-se uma recuperação dos chamados jornais de interesse geral a partir de 2004, com estabilidade desde então.

A Folha também é o jornal que mais vende fora de seu Estado de origem, São Paulo: 23% dos seus leitores são de outros Estados. A proporção é de 6% nos concorrentes "Globo" e "Estado". 91% dos leitores da Folha são assinantes, e 9% compram o jornal em banca.

Bussab destaca a abrangência nacional da Folha e diz não ver, no médio prazo, possibilidade de boom no mercado dos jornais de interesse geral. Mas é possível, avalia, crescer de modo sustentado num contexto de recuperação econômica.


(Marcia Benetti)

6 de novembro de 2007

Dominique Maingueneau no Brasil

Autor de textos importantes no campo da Análise do Discurso, entre eles Análise de Textos de Comunicação e Dicionário de Análise do Discurso, obra conjunta com Patrick Charaudeau, Dominique Maingueneau abrirá a 1a. Jornada Internacional de Estudos do Discurso (JIED), em Maringá, no Paraná. A programação será no período de 27 a 29 de março de 2008, na Universidade Estadual de Maringá. Maingueneau também falará no encerramento do evento. Nos três dias de Jornada, estão programadas oito mesas-redondas sobre temas como "O que quer e o que pode a Análise do Discurso brasileira?", "Discurso, mito e narrativa", "Discurso, sujeito e identidade" e "Discurso, memória e imagem", entre outros.
As inscrições para quem deseja submeter trabalho irão até o dia 15 de dezembro deste ano. As comunicações individuais terão 20 minutos, sendo destinadas a professores, pesquisadores e alunos de pós-graduação. Para ouvintes o prazo é maior, 29 de fevereiro de 2008.
Informações complementares estão disponíveis no site do evento.
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(Reges Schwaab)

5 de novembro de 2007

IMC na Feira do Livro


A área da comunicação também tem tido seu espaço na 53a. Feira do Livro de Porto Alegre. Nesta semana, um dos destaques é o lançamento de "Interação Mediada por Computador"(Editora Sulina), de Alex Primo (PPGCOM/UFRGS), na programação da Feira: 9.11 - 19h30, no Pavilhão de Autógrafos.
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(Reges Schwaab)

Trabalho premiado

A monografia “Contribuição ao estudo da violência: Jornal Boca de Rua e as políticas públicas para a adolescência em Porto Alegre” de Giuliander Carpes da Silva, aluno do curso de Jornalismo da FABICO/UFRGS, obteve o 1º lugar no “Concurso de Monografias, Dissertações e Teses do InFormação – Programa de Cooperação para a Qualificação de Estudantes de Jornalismo”. A orientação foi de Sandra de Deus, integrante do Nupejor.
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O trabalho concorreu com monografias provenientes de 51 instituições de ensino superior de 14 estados. O concurso é de responsabilidade da Agência de Notícias dos Direitos da Infância (ANDI) e tem como objetivo ampliar as possibilidades de especialização dos futuros profissionais de Comunicação na área dos direitos humanos, especialmente de crianças e adolescentes.
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Informações do site da UFRGS.
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(Reges Schwaab)

3 de novembro de 2007

Tempo de leitura

O Observatório da Imprensa publica texto interessante sobre hábitos de leitura no Reino Unido. Pesquisa realizada pela National Readership Survey conclui que as pessoas continuam gastando um tempo substancial com jornais impressos.

(Marcia Benetti)

Para baixar

Está disponível neste link, para download gratuito, o livro Alternatives on media content, journalism and regulation - The grassroots discussion panels at the 2007 ICA Conference. Já baixei.

Dica de Manuel Pinto, do Jornalismo e Comunicação.

(Marcia Benetti)

Mídia e cultura

Micael Herschmann e João Freire Filho lançam a coletânea Novos Rumos da Cultura da Mídia, publicada pela Mauad.

Além dos organizadores, o livro contém textos de Adriana Amaral, Ana Carla de Lemos, André Pecini, Bruno Campanella, Consuelo Lins, Erick Felinto, Fernanda Bruno, Fernanda Eugenio, Gisela Castro, Henrique Antoun, James Curran, João Francisco de Lemos, Luciano Correia dos Santos, Marcelo Kischinhevsky, Maria Inês Accioly, Suzy dos Santos e Valério Brittos.

O lançamento será dia 9 de novembro, no Rio de Janeiro, no Salão Dourado do Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ, Campus da Praia Vermelha (Palácio Universitário, Avenida Pasteur 260, 2º andar), entre 17h30 e 19h.

(Marcia Benetti)

SAGE

Excelente notícia: até 30 de novembro, a Sage permite livre acesso a seus periódicos, de forma integral.

(Marcia Benetti)

2 de novembro de 2007

e-compós

Está aberto o call for papers da revista E-Compós, da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação. O prazo de envio é 30 de novembro, e o dossiê temático da próxima edição é sobre Estudos de Recepção. Além do dossiê, a revista tem sessões de artigos (temas livres), resenhas e entrevistas. Os textos devem ser remetidos diretamente aos editores, Francisco Menezes e João Freire Filho, pelos e-mails franciscomenezes2004@yahoo.com.br e jofreirefilho@hotmail.com

(Marcia Benetti)