1 de dezembro de 2007

CNPq e grupos de pesquisa

O CNPq divulgou o Censo de 2006 do Diretório dos Grupos de Pesquisa do Brasil. São 21.024 grupos, vinculados a 403 instituições, que reúnem 90.320 pesquisadores – 64% destes pesquisadores são doutores. As informações sobre o Censo podem ser obtidas aqui.

A participação das mulheres vem crescendo. Em 1995, a relação era bastante desigual: 61% de homens e 39% de mulheres. Em 2006, é de 52% de homens e 48% de mulheres. A idade média dos pesquisadores não se altera ao longo tempo: mantém-se, nestes onze anos, em torno de 44 anos para homens e 43 anos para mulheres.

O Sudeste, que detinha 68,5% dos grupos de pesquisa em 1995, possui agora 50,4% – sem dúvida, ainda reafirmando sua hegemonia. No entanto, uma nova relação de forças se estabelece. O Sul passa de 15,7% para 23,6%. O Nordeste, refletindo o investimento feito em universidades e programas de pós-graduação, detém 15,5% dos grupos, seguido do Centro-Oeste, com 6,1%, e do Norte, com 4,4%.

São Paulo, como seria previsível, é o Estado com mais grupos de pesquisa (27%). Rio de Janeiro (13,2%) e Rio Grande do Sul (10,4%) ficam em segundo e terceiro lugares. A USP é a instituição que detém o maior número de grupos (8,5%), seguida da UFRJ (4,1%), UNESP (3,7%), UFMG (3,1%), UNICAMP (3%) e UFRGS (2,6%).

Na distribuição por áreas de conhecimento, a Grande Área de Ciências Exatas e da Terra permanece como líder em pesquisadores doutores, com uma taxa de 83% de doutores. Logo após, vêm as Ciências Biológicas, com 79%, e as Ciências Agrárias, com 75%. A Grande Área de Ciências Sociais Aplicadas, onde se encontra a Área de Comunicação possui apenas 53% de doutores.

Como se pode ver, ainda temos muito a percorrer. Vale registrar, porém, o grande crescimento da Área de Comunicação. Em 1995, havia 42 grupos registrados. O Censo de 2006 aponta 330 grupos de pesquisa.

No último levantamento que realizei, em 2004, e que gerou artigo para a Brazilian Journalism Research (volume 1, número 1, 2005, disponível aqui), havia 67 grupos específicos de Jornalismo registrados no Diretório do CNPq, somando 101 linhas de pesquisa. Está na hora de atualizar estes dados, para aprofundar o mapeamento realizado pelo próprio CNPq.

(Marcia Benetti)

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